Terça-feira, 30 de Novembro de 2010

Matéria

Soçobra um punho branco, como lençol marmóreo sob um manto glauco que poderá ser sargaço pousado na espuma ou a proeminência da camisa que se rebela: é o meu braço, limemos as esporas de uma métrica que conduz ao equívoco, é unicamente o meu braço, lato e inerte. Mas existe algo neste constraste de pigmentos que desnivela a minha sensibilidade, algo só e apenas tangível através de um marasmo de caracteres que aqui devoto. É o significante, o signo, a prosa latente, a dimensão imanente que granjeia novas morfologias logo que fixada num formato assimétrico. E porquê assimétrico? Assimétrico ou dissíncrone porque o cultivo da construção situa-se num limbo entre o que é o que fazemos ser. Esta realidade "decalé" entre o que é perceptível e o que percebemos é aquilo que definimos como interpretação. Ao procurarmos estabelecer elos de consignação semântica ou iconográfica, como que alinhamos os sintagmas que compõem uma malha final cujo fractal é a inteligibilidade que lhe conferimos. Definir, segundo a resenha de Pascal, é limitar, mas será por outro lado, imitar, forjar um objecto no qual enxertamos em potência a configuração do referente. Bragança de Miranda considera a imagem como uma "lesão primordial das coisas", um vilipendiar da essencialidade de um objecto, desfazaendo a sua opacidade, colocando-o a nu, mas provido de um novo traje, de um neologismo, de um revestimento semiótico ou metafísico. A objectualidade poderá ser entendida assim como um trompe l'oeil, um ditirambo dionísiaco cuja efígie é a nomeação ou epíteto que lhe atribuímos.

A minha manga é verdade porque a vejo. É verde porque a traduzo em verde e tem branco uma vez que um vácuo cromático cria um feixe níveo que é a manga da camisa. E tudo isto é tão real quanto falível ou esmorecível.

publicado por sofisma às 17:30
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Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2008

Viarco

 

 

[ Excerto do Programa: "Imagens de Marca" - SIC Notícias | Negócios de Família ]

 
 
VIARCO


A origem do fabrico de lápis em Portugal remonta ao ano de 1907 quando o Conselheiro Figueiredo Faria juntamente com o seu sócio o Engenheiro Francês Jules Cacheux decidem construir em Vila do Conde uma unidade industrial de fabrico de lápis designada por “Faria, Cacheux & Cª” também conhecida como Portugália.
 
Apesar da Portugália ter sido pioneira e bem sucedida no desenvolvimento e produção de artigos de escrita no país pensa-se que a sua actividade terá sido gravemente afectada com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial e principalmente pela Grande Depressão de 1929/31.
 

A viragem dá-se em 1931 quando Manoel Vieira Araújo, industrial experiente da chapelaria e figura proeminente de S. João da Madeira, decide diversificar o ramo de actividade da Vieira Araújo & Cª, Lda, e adquire a Fábrica Portuguesa de Lápis.
 
No ano de 1936 é registada a marca que acompanharia gerações de portugueses até aos dias de hoje -  Viarco.
 
Apesar da sua dimensão, o grupo Vieira Araújo era uma empresa de cariz familiar, pelo que foi um dos seus filhos, António Vieira Araújo, o designado para assumir as responsabilidades de reactivação e dinamização do novo sector do grupo.
 
Os primeiros anos de trabalho foram aplicados na pesquisa e desenvolvimento de formulários, equipamentos, métodos de produção que permitiram melhorar ainda mais a qualidade dos produtos assim como diversificar a oferta.
 
Em 1941, quando o mercado já se encontrava consolidado e estavam garantidas todas as informações necessárias ao bom funcionamento, a empresa deslocalizou-se de Vila do Conde para as actuais instalações em S. João da Madeira, levando consigo todos os equipamentos e muitos funcionários que decidiram iniciar uma nova vida ao seu lado.
 
Os anos que se seguiram foram marcados por sucessivos desenvolvimentos tecnológicos que levaram ao início da produção dos lápis de cera e de uma vasta gama de lápis técnicos utilizados nas mais diversas profissões.
 
Na década de 70 a fábrica de lápis torna-se autónoma e passa a denominar-se Viarco – Indústria de Lápis, Lda.
 
Actualmente a Viarco pretende recuperar o edifício que alberga um grande espólio de arqueologia industrial, adaptando-o para receber as muitas visitas que lhe são solicitadas, construir o Museu do Lápis e diversos ateliers para jovens artistas em início de carreira.
 
A prática e o estabelecimento de parcerias com instituições ligadas à educação, cultura e solidariedade que criem dinâmicas de benefício social é outra das prioridades da empresa.
 
Em 2007 a Viarco continua a ser a única fábrica de Lápis em Portugal e provavelmente uma das mais versáteis a nível Mundial.

 

publicado por sofisma às 13:03
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Terça-feira, 15 de Janeiro de 2008

Ubiquidade Estética

Interessante como segundo Marcuse, é praticável um rastreio abrangedor de uma dimensão estética verificável e espectável inequivocamente em qualquer obra de qualquer esteira ou âmbito; isto porque, infirma ele, há uma comprobabilidade de um certo elemento ou agente estético indissociável de qualquer autêntica obra artística, sendo que, nela podemos encontrar, ingénitamente e de forma arquitectada primitiva, a procura transcendental, a ruptura, intromissão, incisão social e o descontentamento e ênfase existencial. Um Josef K kafkiano, é presumivelmente associável a um Winston orwelliano, sem que nessa concorrência disjuntiva e incursiva, se denunciem estilos, facções temporais, maneirismos romantescos, etc, que de facto desvirtuem uma procura análoga nas duas partes,...

Assinalável!
publicado por sofisma às 23:56
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