Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007

Livre Arbitrium

Porquê? – a questão que se impõe –  pergunto-me sobre o significado de tais constrições que o homem humildemente estipula e estabelece a si mesmo; e acima de tudo, consegue uma absoluta paradoxalidade incongruente nesse acto, pois enseja dupla pele: orientadora e desviadora.

 

Fruímos, como homem-mundo, do libertador livre arbitrium que, esfranqueou as portas deste mundo e do outro, que consignou a agulha e a abcissa mandatária no seu homem desencarcerado – novo centro gravítico do universo.

 

Será? Porque será que tantas vezes, os imperativos categóricos que premissam reger a integridade e conduta do homem, acorrem como contingências e constrangimentos maçadores? – Anarquia? – um maniqueísmo, assim como a democracia o é – haverá tanta razão na anarquia como amoral incoerente na democracia – a incidência como preponderância para o fanatismo e onanismo…sugiro uma antropo-cracia, aquela que abrace o homem como meta-homem, que o contemple como filho pródigo de um feliz acaso, que não o mime em demasia nem o vete de voar demasiadamente cedo. Aquela que o acolhe no seu seio de justiça não-estanque, uma que “ame amar a paixão”, como havia dito Santo Agostinho.

publicado por sofisma às 15:30
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Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2007

Inatingível

É esta sensação que pretendo apreender; longe de a aprisionar, somente desejava compreendê-la, deambular sobre ela, repeti-la. fugidia, ainda te encontras, pairante, incitando-me a adoptar vistas largas sobre a escrita, sobre pena de escapares, sobre o jugo da tardeza do meu refluxo...

Como  céu estrelado, cintilas, apenas, raiante névoa. Indómito o poder das sensações. Afagas no teu ventre, sonho premente, a felicidade rara e conducente, que antevejo...raramente. Tal é a envergadura da tua mensagem que, apenas na incerteza  entropia dos meus pensamentos, pudesse eu redigi-los a tinta, te poderia comunicar a quem quer que fosse.

Escrevo, parcialmente mais toldado; que frémito! Que desejo tamanho de te mortificar!-e no entanto não. Folgo por me teres visitado: Apocalypse, Calipso, Órion, Ómega, Inalbergável, Indealbável, epíteto esotérico, incompreendida e doce mágica.

Uma rapariga, em busca do mundo secreto, do incerto, das trevas, do incauto-atira, férreamente, frenética e delicada, uma pequena semente-rebuçado de gema, amêndoa rosa, diligentemente-nesse gesto-a uma sua igual-uma sua mesma, que, lhe devolve o gesto, indicando-lhe desse modo, o seu caminho a seguir.

Que significará?

Que significará o receptáculo em formato de aparelhómetro, que ouve as vozes do oculto, do além, da metafísica, dos espíritos?-que falam na língua que se postula na insignificância dos vocábulos? Que ardor que recordas estas palavras, que amor!

Não sei, mas acordei desenvolto e livre. Novo. Ciente da fábula que sonhei.
publicado por sofisma às 10:30
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Terça-feira, 11 de Dezembro de 2007

O Pêndulo de Focault



O Pêndulo de Focault//Manifesto#1//Cifras de  Sésamo#

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É com inconcretude e incredulidade que encaro a ética no design, ou, design-ético – (semântica à parte) não invalidando os pressupostos que o governam – admitindo por ético, o seu conteúdo tricéfalo: ética da difusão, ética da recepção e ética ego-senso-socio-organizadora.

 

Não acredito numa deontologia imperativa kantiana no design. Não podemos deter a complexidade, senão trabalhar com ela. Acontece na moral uma amoralidade tremenda quando ignoradas as implicações da complexidade ética. Nela, concorrem uma colectividade conflituosa de enredos: ética do individuo, ética grupal (o seu envolvente próximo) e ética social. É certo que na prática estabelecida e fundamentada do design, o briefing, a metodologia ou os códigos que julgam e medeiam o processo gerador, acorrem como agentes que igualmente o administram – todavia, encaro este vínculo, este “Es muss sein” (“Tem de ser”), como um instrumento que opera na entropia, na incerteza e no desvio.

 

Não me arrogo anti-ético, tão pouco niilista ou utópico anárquico – salvaguardo uma antropo-ética. Aquela que não reitere o homem ao estatuto coercivo e estanque do predestinado. A que não incorra na auto-falência, ao desvanecer-se no hiato entre o propósito e o resultado. Uma ética que labore no epicentro vivo, que se reformule, reelabore e acima de tudo: se transcenda quando lhe assim é pedido. Uma meta-ética. Voltada não em demanda de uma cura social, mas da sua terapia auto-didacta.

 

“O Homem é a coisa singular mais útil para o Homem.” ESPINOZA, Baruch de

 

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publicado por sofisma às 01:09
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