Hoje dei por mim a ouvir a música "Be" do Neil Diamond que, orquestra a rebelião de uma gaivota chamada Jonathan Livingston Seagull, do livro com homónimo epíteto, escrito por Richard Bach. Vi o filme, como advento de uma corrente esotérica e demanda de descoberta de então; era na época adolescente, revoltado com o desajuste que a minha personalidade cobrava do mundo, logrando que na dissemelhança, no comportamento endémico e implosão emocional poderia erigir um universo meu. Hoje sei que estou certo: é possível garimpar na selha constelar de escolhas, uma que nos aprouva que nos sirva, mas sendo desta servos. Poderá parecer que escarneço a individualidade que arrecadei, mas o que acontece é que como em tudo, a concentração e exacerbação em desmesura conduz à cristalização e à infusão de um objecto tornado fetiche. Vivo efectivamente à margem, como todos vivemos, de uma normalidade latente, mas não estou convicto dessa anormalidade ou atipicidade feliz, porque não creio no que sou, não sou todo eu pensamento desde a asa até ao vôo, como o livro propõe. Houve, algures no meu crescimento, uma estagnação, um receio, um assombro não traduzido em evolução e hoje temo qualquer manifestação do meu espírito. Vivo por isso à margem dos outros e de mim próprio, com um pé no arquipélago e outro na ilha que impeço de sucumbir.
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