Porquê? – a questão que se impõe – pergunto-me sobre o significado de tais constrições que o homem humildemente estipula e estabelece a si mesmo; e acima de tudo, consegue uma absoluta paradoxalidade incongruente nesse acto, pois enseja dupla pele: orientadora e desviadora.
Fruímos, como homem-mundo, do libertador livre arbitrium que, esfranqueou as portas deste mundo e do outro, que consignou a agulha e a abcissa mandatária no seu homem desencarcerado – novo centro gravítico do universo.
Será? Porque será que tantas vezes, os imperativos categóricos que premissam reger a integridade e conduta do homem, acorrem como contingências e constrangimentos maçadores? – Anarquia? – um maniqueísmo, assim como a democracia o é – haverá tanta razão na anarquia como amoral incoerente na democracia – a incidência como preponderância para o fanatismo e onanismo…sugiro uma antropo-cracia, aquela que abrace o homem como meta-homem, que o contemple como filho pródigo de um feliz acaso, que não o mime em demasia nem o vete de voar demasiadamente cedo. Aquela que o acolhe no seu seio de justiça não-estanque, uma que “ame amar a paixão”, como havia dito Santo Agostinho.
O Pêndulo de Focault//Manifesto#1//Cifras de Sésamo#
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
É com inconcretude e incredulidade que encaro a ética no design, ou, design-ético – (semântica à parte) não invalidando os pressupostos que o governam – admitindo por ético, o seu conteúdo tricéfalo: ética da difusão, ética da recepção e ética ego-senso-socio-organizadora.
Não acredito numa deontologia imperativa kantiana no design. Não podemos deter a complexidade, senão trabalhar com ela. Acontece na moral uma amoralidade tremenda quando ignoradas as implicações da complexidade ética. Nela, concorrem uma colectividade conflituosa de enredos: ética do individuo, ética grupal (o seu envolvente próximo) e ética social. É certo que na prática estabelecida e fundamentada do design, o briefing, a metodologia ou os códigos que julgam e medeiam o processo gerador, acorrem como agentes que igualmente o administram – todavia, encaro este vínculo, este “Es muss sein” (“Tem de ser”), como um instrumento que opera na entropia, na incerteza e no desvio.
Não me arrogo anti-ético, tão pouco niilista ou utópico anárquico – salvaguardo uma antropo-ética. Aquela que não reitere o homem ao estatuto coercivo e estanque do predestinado. A que não incorra na auto-falência, ao desvanecer-se no hiato entre o propósito e o resultado. Uma ética que labore no epicentro vivo, que se reformule, reelabore e acima de tudo: se transcenda quando lhe assim é pedido. Uma meta-ética. Voltada não em demanda de uma cura social, mas da sua terapia auto-didacta.
“O Homem é a coisa singular mais útil para o Homem.” ESPINOZA, Baruch de
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
. Matéria
. Jonathan Livingston Seagu...
. Wasabi, a coisa verde que...
. Sofrer
. ensaio(8)
. citações(7)
. crónica(6)
. apontamento(3)
. dissertação(3)
. poema(2)
. video(2)
. conto(1)